Era uma vez, um casal chamado X e Y. Eles estavam juntos há alguns anos e, apesar de amarem um ao outro, o relacionamento estava passando por um momento difícil.
Isso porque Y sentia que X estava sempre flertando com outras pessoas na frente dela, o que a fazia sentir-se insegura e ciumenta.
X, por sua vez, não entendia por que Y estava sempre tão chateada com ela.
Ela achava que estava sendo amigável com outras pessoas, mas não estava fazendo nada de errado. Na verdade, ela se sentia sufocada pelo ciúme de Y e queria que ela confiasse nela.
A situação piorou quando X começou a sair mais com seus amigos, muitas vezes sem convidar Y para acompanhá-la. Y se sentiu deixada de fora e, como resultado, se tornou ainda mais ciumenta.
Ela começou a vasculhar o celular de X em busca de pistas de que ela estava sendo traída, e confrontava X com mensagens e fotos que encontrava.
X ficou irritada com a desconfiança de Y e se sentiu invadida em sua privacidade.
Ela se perguntava por que Y não podia simplesmente confiar nela e respeitar seus limites. Ela também ficou com raiva porque Y não a convidava para sair com seus amigos, embora ela fosse aberta a isso.
As coisas ficaram tensas entre eles e o relacionamento estava à beira do colapso.
Foi só quando eles se sentaram e conversaram abertamente um com o outro que as coisas começaram a melhorar. X explicou que não estava tentando fazer Y sentir ciúmes, mas entendia por que ela se sentia insegura e prometeu ser mais atenciosa com seus sentimentos. Y, por sua vez, prometeu confiar mais em X e não vasculhar mais seu celular.
Com o tempo, eles começaram a reconstruir a confiança e o relacionamento se tornou mais forte do que nunca.
Eles perceberam que precisavam ser mais abertos e honestos um com o outro, e que o ciúme não tinha lugar em um relacionamento saudável. Eles aprenderam a se apoiar mutuamente e a respeitar os limites um do outro, e viveram felizes para sempre.
A provocação como arma emocional
Tenho observado em diversos atendimentos que os relatos de pessoas que sofrem provocações por ciúme tem aumentado consideravelmente, especialmente nos casos em que a relação tem evoluído, saindo do casual, e entrando no relaccionamento sério.
Aparentemente, basta que a relação chegue a um patamar de estabilidade afetiva para que as provocações surjam.
Em meus atendimentos, observei que muitas pessoas sentem a necessidade de testar seus parceiros quando a relação se torna mais séria e estável. Mas por que será que isso acontece?
Considerando que a relação esteja aparentemente tranquila, as provocações teriam como objetivo servirem como "testes de reação".
Infelizmente, este comportamento está presente em todo tipo de relacionamento e é emitido por homens e mulheres, em igual escala.
As pessoas podem se sentir inseguras em seus relacionamentos e, por isso, recorrem a "métodos" de comprovação supostamente mais objetivos, como a demonstração de ciúmes.
Para algumas pessoas, a reação de ciúme seria uma "prova objetiva" de que existe algum sentimento na outra pessoa.
Deste modo a reação de ciúme seria uma "prova objetiva" de que existe algum sentimento na outra pessoa.
No entanto, essa atitude pode ser muito prejudicial para a relação.
Quando as provocações passarem dos limites, é importante conversar com calma e pontuar o problema, mantendo o respeito pelo outro.
Quando a situação for banal, vale a pena deixar passar, afinal pode ser que o (a) parceiro (a) não tivesse real intenção de provocar sentimentos negativos.
Por exemplo, quando seu (sua) parceiro (a) se demora olhando para uma pessoa muito bonita, pode estar simplesmente admirando, sem nenhum interesse sexual, ou sem nenhuma intenção de provocar ciúme. É uma reação natural admirar pessoas bonitas.
Se o seu (sua) parceiro (a) é adepto desta prática, seria útil mostrar isso a ele (ela) de alguma forma, afirmando que você sabe o que isto significa e onde ele (ela) quer chegar.
Possivelmente esta pessoa não se sente suficientemente amado (a) e precisa recorrer a estes "testes de reação" para ter alguma tranquilidade.
Infelizmente, o amor não dispõe de provas objetivas.
Nunca é possível afirmar com 100% de certeza que o sentimento é correspondido e a dúvida estará sempre presente. Por mais que alguém se dedique a outro, se doe na relação, se a outra parte não tiver maturidade emocional suficiente para perceber o amor que recebe.
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