A Psicoterapia pode ajudar a superar términos de Relacionamentos?
Sim, pode.
Seja por que que motivo for, terminar um relacionamento afetivo é
sempre muito doloroso, e esta dor corresponde ao estado de
luto.
Nosso cérebro não está programado para lidar com perdas, somente com
ganhos.
Perder uma relação preciosa, sempre gera muito colapso.
O rompimento das relações afetivas provoca sofrimento comparado ao luto:
falta de ar insônia, palpitações, taquicardia, são sintomas que tendem a
surgir quando um indivíduo é rejeitado.
Como a Psicoterapia pode ajudar a superar Términos de Relacionamentos?
- Ajudando a pessoa a se redescobrir;
- Colaborando para que o paciente tenha uma dimensão exata e realista dentro do processo de término, o que colabora muito para reduzir sentimentos de culpas disfuncionais;
- Ampliando a percepcão de relacionamentos futuros;
- Organizando suas perspectivas mentais e projetos de vida pessoal;
- etc,
Porque uma ruptura causa tanta dor?
O amor é articulado com as funções
cerebrais por meio de dois hormônios que respondem pela estimulação
sexual: a vasopressina nos homens e a ocitocina, nas mulheres.
Estas substâncias favorecem a formação do vínculo e do apego.
A dopamina também está presente neste processo, respondendo pela sensação
de bem estar, quando um organismo tem contato com estímulos agradáveis (no
caso, com a pessoa desejada).
A medida em que o relacionamento avança,
esta “tempestade hormonal” cede lugar ás endorfinas, proporcionando um
sentimento de bem estar mais sereno e duradouro.
Pesquisas recentes apontam que o cérebro das pessoas
muito apaixonadas funciona da mesma forma
que o dos pacientes com TOC (transtorno obsessivo-compulsivo), e isto
justifica a atenção concentrada, os pensamentos intrusivos, os
comportamentos obsessivos e o aumento dos interesses no ser amado, em
detrimento de outros interesses, pois há um notório declínio do senso
crítico (funções superiores), o que justifica as famosas “loucuras de
amor”.
Desta forma, o (a) apaixonado (a) tende a se concentrar somente no lado
bom da relação da relação, ignorando não só os defeitos do parceiro, como
também, pequenos sinais de que já não é mais correspondido.
Seguindo esta linha de raciocínio, fica mais fácil compreender porque o
sofrimento é intenso quando há uma ruptura.
Fisher (2004), esclarece que nestas circunstâncias o cérebro passa a
produzir mais ocitocina, vasopressina, endorfinas etc, levando o indivíduo
a buscar o seu objeto de amor perdido.
Este é um grande paradoxo: como esquecer alguém quando o cérebro está
produzindo substâncias que favorecem a união? É um grande desafio.
De acordo com Walter Riso:
Primeiro deve aprender a superar os medos que se escondem por trás do
apego irracional, melhorar a autoeficácia, levantar a autoestima e o
autorespeito, desenvolver estratégias para a resolução de problemas e para
ter maior autocontrole. E tudo isso você deverá fazer sem deixar de sentir
o que sente por ele. Por isso é tão difícil. Repito, o viciado deve deixar
de consumir, mesmo que seu organismo não queira fazê-lo. Deve lutar contra
o impulso porque sabe que não lhe convém. Mas enquanto luta e persevera, o
apetite está ali, quieto e pungente, flutuando em seu ser e disposto a
atacar. Não se pode chegar agora ao desamor, isso chegará depois. Além
disso, quando começar a ficar independente, descobrirá que aquele
sentimento não era amor, mas uma forma de vício psicológico. Não há outro
caminho, deve se libertar dele sentindo que o ama, mas que ele não lhe
convém. (Riso, p. 33)
As fases do rompimento:
Fisher (2004) categoriza o rompimento em 2 fases:
1.
Protesto:
Um indivíduo apaixonado tende a prestar atenção nas minúcias do
comportamento alheio. Deste modo, os mais sutis movimentos que indicam um
distanciamento provocam uma enorme ansiedade, levando o apaixonado a
emitir comportamentos de protesto. Podemos inserir nesta categoria: o
aumento de envio de mensagens; a mudança na aparência física, o
adoecimento (real ou imaginário), encontros forçados, visitas surpresas,
etc.
Tudo isto (e outros tantos comportamentos) indicam uma tendência de
chamar a atenção do outro, buscando a reaproximação. Isto ocorre porque o
aumento de dopamina e norapinefrina no cérebro geram a motivação para
buscar recompensas.
2.
Resignação
Uma vez que os esforços neurológicos, psicológicos e comportamentais
foram insuficientes para resgatar o objeto da paixão, o organismo “se
cansa”, afinal houve um enorme desgaste do corpo no sentido de promover
uma reaproximação.
Os níveis de dopamina e norapinefrina caem, causando
estado depressivo.
Por isso, esta fase é marcada por muita tristeza,
angústia e desespero. É comum que o indivíduo abandonado alimente
pensamentos catastróficos, imaginando que sua vida não tem mais sentido;
perdendo as forças para trabalhar, estudar e produzir normalmente; pode
haver comprometimento do sono e do apetite.
Fisher (2004) salienta que:
La depresión también pudo impulsar a nuestros antepasados humanos a
abandonar empresas sin futuro y adoptar estrategias más eficaces para
alcanzar sus objetivos, especialmente objetivos reproductivos como el de
casarse (p.193)
É importante que nesta fase haja vigilância redobrada, pois há uma
tendência em beber excessivamente, usar drogas, ou pensar em suicídio.
Cuidado! Caso esteja se envolvendo em comportamentos destrutivos, procure
ajuda de pessoas próximas, de médicos ou
psicólogos.
Esta fase é dolorosa. Mas passa. Não vale a pena estragar sua vida!
Conclusão:
É preciso reunir forças para atravessar esta fase dolorosa, evitando
prejuízos de ordem profissional ou social.
Mesmos contra a sua vontade, é
importante se esforçar para levar uma vida normal, praticando esportes, se
encontrando com amigos ou pessoas queridas, para reduzir o tempo de
sofrimento.
Deste modo, você poderá recuperar a crença em si mesmo, de que é uma
pessoa que merece receber amor, e assim, há de se preparar para conhecer
outras pessoas, que, assim como você, estão procurando alguém que as
ame.
Siga em frente.
Referências:
FISHER, Helen. Porque Amamos? Madri, Santillana ed., 2004.
RISO, WALTER. Amar ou Depender.
CRP-SP 06-121677.
Com uma abordagem centrada no paciente, a terapia humanizada, a Psicóloga sp Maristela se concentra em entender as necessidades individuais do paciente, ajudando-os a encontrar soluções e desenvolver habilidades emocionais que podem melhorar sua qualidade de vida.
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